sábado, 26 de julho de 2014

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63ª Entrevista: Octa Push (banda portuguesa)


Octa Push





Quem estiver a pensar ir a Fusing Culture Experience – Figueira da Foz pode ter uma certeza: o festival vai tremer assim que chegar ao palco esta dupla de irmãos. 
Considerado um dos grupos mais fortes na música electrónica portuguesa, este duo funde Afro e Bass music. 
Vamos saber um pouco mais sobre eles:

A todas as bandas/músicos, o FLAMES pergunta:

Há um conjunto de perguntas que fazemos a todos os artistas, sabemos que são irmão mas, podem dizer-nos como se "conheceram" e como decidiram começar esta banda? 
Olá! Sendo irmãos, podemos dizer que a primeira vez que nos vimos foi um pouco traumática. Conhecemo-nos na maternidade. O Bruno era a criança mais feia e mais peluda que lá estava. A decisão de nos juntarmos foi uns anos depois, cerca de 22. Já fazíamos som há uns anos e através de uma ideia e de uma festa organizada pelos Conspira/Unidade Sonora no Porto Rio, acabámos por nos juntar à pressa. O resto foi acontecendo. 

Porquê este nome para a vossa banda? 
Octa, para além da relação com o oito, acaba por estar associada à oitava. Octa Push tinha a ver com premir oitavas, mas ao mesmo tempo existe essa ligação com a palavra em inglês de Polvo, que acaba por se relacionar também, visto gostarmos bastante de ir inserindo todo o tipo de influências. Um ser com vários tentáculos que representam estilos diferentes que gostamos. 

Quais são os artistas que mais vos inspiram? 
De Fela Kuti, Mulatu Astatke, Oumou Sangaré a Caribou, LV, Beach Boys, entre outros. Gostamos de vários artistas de diferentes backgrounds, também nos inspiramos por pessoas que nos estão próximas e que colaboraram connosco, seja a nível musical como visual. 

Lembram-se do vosso primeiro ensaio? Onde foi? 
Do primeiro ensaio não, mas o local foi de certeza no escritório do Leo. Era lá que fazíamos som inicialmente, sempre com uma gata preta em cima de uma das colunas. 

Quem é que compõe as vossas músicas? 
Ambos. Não temos funções atribuídas, já que, como dissemos anteriormente, antes de fazermos música em conjunto, já a fazíamos individualmente. Um de nós começa uma ideia e o outro acaba por lá ir remexer e fazer algo disso. Nem sempre estamos juntos nessa fase inicial, e vamos fazendo "save as" das ideias de forma a não se perderem ideias antigas. Quando o processo está a meio, aí juntamo-nos, falamos sobre a direcção que queremos e concluímos. 

Qual o local onde mais gostariam de actuar? 
Já tivemos a sorte de actuar em sítios que admiramos imenso, como por exemplo no Sónar em Barcelona e o Fabric no Reino Unido. Mas tocar num Glastonbury, Field Day, Primavera Sound, Dour, Coachella e noutros seria muito bom. E gostaríamos de voltar a alguns sítios onde já tocámos também, como o Alive e o Sónar. Depois gostávamos de nos estrear em continentes como Ásia, América do Sul, por exemplo, e voltar a África. 

Que cartaz ou mensagem gostariam de ver ser erguida no meio do público durante um concerto? 
"URUGUAIO CARALHO!!" 

Lembram-se de alguma situação caricata que tenha ocorrido num dos vossos espectáculos? 
Desde um velho todo nu num Hotel a bater-nos à porta às tantas da manhã, à falta de papel higiénico a 1 minuto antes de entrar num concerto, há sempre belos momentos para recordar. 

Aos Octa Push o FLAMES pergunta...

Vocês foram referenciados no site oficial dos Radiohead. Como vivenciaram esse momento? 
Já foi em 2010, mas na altura foi muito especial e deu-nos mais confiança. Tínhamos a insegurança normal de quem estava nisto há pouco tempo, (Octa Push existia há um par de anos) e ter alguém que admiramos a falar de nós foi muito bom. Por outro lado, acabámos por ser vistos de outra forma, no fundo levados mais a sério. 

O vosso trabalho foi primeiro reconhecido lá fora, e só depois “chegou” a Portugal. Isto aconteceu não só convosco mas com muitos outros artistas. Qual acham que é a explicação para este fenómeno? 
Todos nós acabamos por ter um pouco essa reacção. Só depois de os outros ouvirem algo e gostarem, ou se alguém que admiramos muito nos fala de algo, nós acabamos por ter mais atenção a isso. O que achamos é que os Media, sendo Media, e terem um papel importante e digamos, deveria ser conhecedora do que se vai fazendo, não devia ir tanto atrás do que vai acontecendo lá fora. Quem escreve sobre música deve ter opinião. Se acha bom aposta, se não acha que não diga nada. Se for um cargo em que só é necessário aceder a Pitchforks, Facts, NMEs, etc.. isso qualquer um faz. Já tivemos algumas situações engraçadas em relação a isso. É engraçado ver as reacções antes e depois de se ter uma crítica na Wire ou editar algo na Soul Jazz. Mas não será algo só Tuga. Acaba por ser normal um pouco por todo o lado, e cada um de nós acaba por fazer isso em algum momento. 

A música já faz parte da vossa vida há muito tempo. Para além desta arte, que coisas gostam de fazer? 
A música ocupa-nos muito tempo, mas tudo o que tenha a ver com imagem e som, ler. No inverno, hibernar, e gostávamos de durante o ano dar mais atenção aos que nos estão mais próximos, o que nem sempre é fácil. 

Acham que o vosso estilo musical tem sido negligenciado no panorama português? 
Começa a haver um certo interesse no que se vai fazendo, apesar de na maioria ser em palcos secundários ou tendas alternativas. No nosso caso, temos tido a sorte de ter airplay e estarmos a tocar, mas estávamos preparados para não ter, pois quando fizemos o álbum não pensávamos muito se ia bater ou íamos tocar muito ou pouco. Temos músicas a passar na rádio sem refrão, com detunes e com apontamentos rítmicos fora do tempo por exemplo, no fim as vozes ajudam claro, mas não havia essa preocupação enquanto estávamos em estúdio. Não podemos pensar que a realidade nos vai castrar as ideias. Se assim for as bandas não arriscam, a música não se transforma e acabamos por soar todos ao mesmo e a repetir fórmulas para sermos aceites. 

O que estão a pensar fazer para os próximos tempos? 
No verão, a tocar, e assim que chegarmos a Setembro iremos pegar nas ideias que temos desenvolvido nestes últimos meses, e finalizá-las. Estamos muito contentes com algumas coisas, que irão também ter influência na forma como serão apresentadas ao vivo futuramente. Vamos voltar às remisturas também, que é algo que não fazemos há uns tempos. 

E relativamente ao festival Fusing Culture Experience? O que podem os vossos fãs esperar da vossa actuação? 
Podem esperar mais gente em palco do que o normal. Vai ser uma mistura de reunião familiar, suor, momentos mais calmos e muita dança! No fundo muitas novidades!

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